Desmistificando o TDL: Principais Mitos e Verdades
Postado em: 10/04/2025
O Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL) ainda é pouco conhecido entre pais, educadores e até profissionais da saúde.

Isso faz com que muitos mitos se espalhem, atrasando o diagnóstico e a busca por tratamento adequado.
Por ser uma condição que afeta diretamente a comunicação, o TDL pode impactar o desempenho escolar, a autoestima e as relações sociais da criança.
Por isso, é essencial esclarecer o que realmente é o TDL e como ele deve ser abordado. Confira mitos e verdades sobre esse assunto a seguir!
O que é o TDL?
O “TDL” é um transtorno persistente que compromete a aquisição e o uso da linguagem oral, sem que haja outra causa aparente, como perda auditiva, deficiência intelectual ou transtorno neurológico identificado.
A criança com TDL pode ter dificuldades para compreender o que é dito, organizar frases, aprender palavras novas, articular sons corretamente ou manter uma conversa.
Quais são os principais mitos e verdades sobre o TDL?
A seguir, desmistifico as ideias mais comuns sobre o Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem.
Mito 1: A criança com TDL vai falar “na hora dela”
Esse é um dos mitos mais perigosos. Embora cada criança tenha seu ritmo, atrasos importantes na fala precisam ser avaliados.
Quando a criança não fala como esperado para a idade, não é seguro apenas esperar.
O TDL exige intervenção profissional, e quanto mais cedo isso acontece, maiores são as chances de evolução.
Mito 2: Crianças com TDL são preguiçosas ou desatentas
O TDL não tem relação com falta de esforço ou motivação.
Crianças com esse transtorno muitas vezes entendem o que está acontecendo ao redor, mas não conseguem expressar o que pensam ou sentem.
Isso pode gerar comportamentos como isolamento, birras ou dificuldades escolares — que não devem ser confundidos com desinteresse.
Mito 3: TDL é o mesmo que autismo
Embora o TDL e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) compartilhem algumas características, como atraso na fala, são condições diferentes.
O TDL compromete especificamente a linguagem, enquanto o autismo afeta também a interação social, o comportamento e a comunicação não verbal.
O diagnóstico diferencial deve ser feito por uma equipe especializada, que inclui o fonoaudiólogo.
Mito 4: O TDL some sozinho com o tempo
O TDL é um transtorno de base neurológica e tende a persistir se não tratado.
Embora algumas crianças possam compensar parte das dificuldades, a ausência de acompanhamento pode gerar lacunas no desenvolvimento que se manifestam na adolescência e na vida adulta.
Verdade: TDL pode afetar a aprendizagem escolar
Como a linguagem é base para o aprendizado, crianças com TDL podem enfrentar dificuldades na leitura, escrita, compreensão de textos e até no raciocínio lógico.
O suporte multidisciplinar, com fonoaudióloga e equipe escolar alinhada, é fundamental para garantir que a criança desenvolva seu potencial.
Verdade: A terapia fonoaudiológica é essencial no tratamento do TDL
O trabalho da fonoaudióloga é indispensável. Ela identifica o perfil de linguagem da criança, propõe intervenções personalizadas e acompanha de perto os avanços.
O tratamento do TDL é construído com base em brincadeiras direcionadas, uso de materiais visuais e estratégias que envolvem também os pais.
Com minha experiência clínica, abordagem lúdica e foco na primeira infância, oriento famílias com segurança e sensibilidade, buscando sempre promover avanços reais na comunicação.
Ao desmistificar o TDL e buscar ajuda qualificada, pais e cuidadores garantem às crianças a oportunidade de se desenvolverem com mais confiança e autonomia.
Se você suspeita que seu pequeno possa ter alguma divergência no desenvolvimento da comunicação, entre em contato para marcar uma consulta!
Camila Koszka
Fonoaudióloga Infantil
CRFa 2-15.593
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